6 de abr. de 2010

Lá se vai mais uma farpa

Há alguns anos que a imprensa brasileira caminha um pouco torta junto à população, trocando tabefes com o mundo político nacional e internacional e tudo isso não é para menos. Experimente andar com farpas nos pés. É assim que vejo a imprensa brasileira hoje. Um gigante egoísta cheio de farpas nos pés que quer tudo pra si. Cada coisa que interessa a alguém, este gigante vai lá, anda meio torto e alcança. Como sabe que mais pessoas querem ele copia o que quer que seja com suas múltiplas habilidades e vende. Fácil, não é?

Sonho com o dia em que o interesse do gigante será apenas o de dividir e não vender, propriamente. Sonho com o dia em que perderá as farpas que o fazem caminhar de maneira torta, e acho que pelo menos este sonho poderá se tornar real. Há poucos dias o gigante se livrou de mais uma farpa e esta tinha um nome direto: Armando Nogueira. Calma, vou explicar, resta a você, entender.

Excelente texto esportivo. Comentários sagazes, e o que mais? O que o “grande mestre” do jornalismo, o ícone da imprensa no Brasil produziu de tão bacana além de ter criado o Jornal nacional, ter trasido o telejornalismo para a Rede Globo e sido diretor de jornalismo da emissora durante o Governo Militar, e no período de “abertura política” ter sido um dos responsáveis pela edição do famoso debate entre Collor e Lula, aquele que elegeu Collor como presidente do Brasil? Sinceramente, eu não sei. O que vejo é um homem com senso de liderança ímpar, mente criativa e preparo. Vejo um povo e toda uma classe sem memória, não que um fato apenas defina um homem, longe disso, mas quando foi que ele pagou pelo crime que cometeu? Ter sido aposentado pela Alta Cúpula da emissora me parece no mínimo dúbio, ou ele teve culpa e manchou a imagem da empresa como bode espiatório, ou não teve responsabilidade alguma e realmente se sentiu traído, afastando-se consequentemente da empresa.

Armando Nogueira viveu uma vida escondido atrás de um texto impecável e genial, passando por diversos veículos de forma brilhante, talvez porque em seu interior as coisas não estivessem lá muito bem acabadas, disso, nunca saberemos.

Lá se vai mais uma farpa do gigante. Com Armando Nogueira morre também a edição de Collor versus Lula. Que o Mestre possa partir em paz enquanto que nós, novos jornalistas possamos refletir. Mestre sim, mas de quê? Que nossas perguntas e dúvidas sejam sempre a razão de nossos passos rumo à verdade.

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