11 de set. de 2014

Invisível

A dor da perda inexistente
é a lamúria pessoal e latente
que deságua de dentro de mim.

É Castigar o amargo do peito,
um ouvir, meio sem jeito,
esteja eu longe e bem perto do fim.

É que de dentro do mundo imperfeito
sorrir já não tem mais efeito,
ecoo em vão ao mundo que sim.

Sofro como sofrem os homens,
da garganta as palavras somem,
não há remédio por se viver assim.

4 de set. de 2014

Bebí lo

Então fez do amor um regalo,
Que de singelo, sangrou avidamente
Pois que, vivido, não poderia sequer compará-lo
Cabendo a si mesmo singrar os meandros da mente,
Ao dever à dúvida uma migalha
Mendicando o massacre em uma taça qualquer,
O tinto, seco e suave da lágrima
A escorrer da memória à face de uma mulher,
Que se quer viril e persuadida,
Tal como homem navegando seios aos olhares,
Estando morta, em delicada pós-vida
Rejeitando destinos, os copos milhares,
Em se incumbir de razão, poder e malícia,
Guardando riquezas a ouro, pesos e lares
Há de dormir profunda menti-rosa delícia,
Por monastérios do coração, o corpo dos bares.

Bebí lo.