26 de abr. de 2010

Postagem minuto

Se os mosquitos entrassem em extinção, seria o fim da picada - ponto, parágrafo e vida nova.



19 de abr. de 2010

Maldita midia

Sim, sou jornalista. Em grande parte do meu tempo me dedico a enxergar a realidade como algo que vai além do que se vê, escuta ou se sabe, nada de dicotomias simplificadas. Justamente por isso, defendo a midia como ferramenta. A ideia de fiscalizar a sociedade com seus próprios olhos passa um romantismo de busca pela perfeição e justiça, como aquele que conhece a si mesmo e julga seus atos de forma justa, aplicando inclusive uma auto-punição, e tudo isso é muito bonito. Então para que demonizar a midia? A problemática parte das empresas que agendam os temas trabalhados pela ferramenta levando em consideração seus interesses coorporativos e econômicos. É complicado demonizar uma ferramenta porque ela depende necessariamente do uso que se dá a ela, de quem a utiliza. Tudo isso para demonstrar o quão saturado estou com relação ao assunto das tais pulseiras coloridas de silicone, que foram chamadas de "pulseiras do sexo".

Minha primeira pergunta é: quem as deu esse nome? Segunda: a pulseira obriga alguém a fazer sexo? Você ganha uma quando transa? "Ouvimos uma criança de seis anos explicando a conotação sexual da pulseira". Ora, prendam os pais dela! Acabe com a novela das oito! Sinceramente, não sei quem foi o esperto que julgou que em algum momento interessava a alguém fazer uma matéria moralista como essa, como se em algum lugar no mundo existisse uma conspiração para sexualizar ainda mais o Brasil - que por si só já se orgulha da mulata pelada no carnaval - introduzindo em nossa cultura as tais pulseiras do sexo. A polêmica acabou contaminando a comunidade escolar e hoje, a prefeitura proibiu o uso do acessório na rede municipal de ensino. O assunto acabou provocando absurdos, e tal como no caso A Escola Base, tudo fruto da irresponsabilidade de gente que não tinha muito o que fazer e investiu na coisa errada. Os comerciantes estão com pulseiras coloridas, porque de fato é o que são, encalhadas nos estoques; escolas estão tomando atitudes de proibição do uso do adereço sob pena de advertência e suspensão; e de quem foi a culpa deste tumulto todo? A maldita midia que resolveu que trazer a informação de que elas, as pulseiras, eram utilizadas com finalidade sexual em algumas festas e em determinados países da Europa, era importantíssimo. Conclusão, um estupro justificado pelo uso da pulseirinha veio à tona. Que notícia, não? Está vendo como eles tinham razão em querer proibí-la? - Pensarão muitos imbecis. Isso tudo não passa de desperdício de espaço que deveria estar sendo dedicado aos nossos problemas com as chuvas, com dinheiro desviado, com mal uso do dinheiro público, com o pouco investimento do estado... E por aí segue o drama.

Depois disso, só me resta recomendar aos camaradas que nos prestaram esse grande serviço de trazer... Trazer um caos bacana para esta cidade nada caótica, que é o Rio de Janeiro... Tirem férias! Quem sabe uma festinha dessas não seria uma boa. Mas não esqueça da pulseira, use a roxo batata violeta que indica: Sou um imbecil, me faça feliz! Só não esqueça da camisinha porque se você espertamente se reproduzir, companheiro, as próximas gerações continuarão correndo sérios riscos.

18 de abr. de 2010

À prova de tudo

Inspirado no programa do Discovery Channel, este será um capitulo à parte, para quem quiser sobreviver no Rio de Janeiro.

Se você for largado na Zona Oeste do Rio, cuidado. Este é um ambiente muito ostil, repleto de perigos e armadilhas. Partindo do pressuposto que você estará sem muitos equipamentos, vou mostrar como fazer para sobreviver e chegar à Central do Brasil sem muitos riscos.

O primeiro passo é identificar em que direção fica a estação mais próxima de onde você se encontra. Esta não será uma tarefa fácil. Pelo caminho você será capaz de encontrar com feras selvagens conhecidas como motoristas de ônibus ou vãs. Eles caçam suas presas quando elas se desgarram de suas manadas, o bote é praticamente certeiro. A vantagem é que esta fera anuncia seu ataque ou com um tsh tsh tsh tshhh (no caso do ônibus) ou com uma frase de efeito tipo "calçadão, guanabara, calçadão, guanabara" no caso das vãs. O importante é se comportar de forma que a fera entenda que você não é uma presa em potencial, continue caminhando, figindo não notar sua chegada que ela vai embora. Uma boa dica é não se desgarrar.

Você ainda vai se deparar com muitos obstáculos pelo terreno que é extremamente acidentado. Cuidado com as crateras. Muito provavelmente estão ali há milhares de anos e foram causadas por pequenos meteoritos. As espécies locais estão perfeitamente adaptadas, mas você não. Aqui não tem jeito, é importante observar e ficar sempre atento. Outra coisa vital para sua sobrevivência é não se alimentar de qualquer coisa que encontrar pelo caminho, principalmente se a origem for asiática, não coma "zoelos", "nem esfilas de flango com catupily", nada de "quezo" e se por um acaso visualizar uma poça de guaraná natural, artificialmente manipulado, não beba! De prefência às comidas de astronauta tais como, barrinhas de cereais e goma de mascar, com esses não existe erro.

Se estiver chovendo, o risco aumenta potencialmente. Correntezas comandadas por valões podem arrastar você. Não se arrisque, busque um ponto alto e perca alguns minutos, será mais seguro.

Se você pensava que o desafio tinha terminado, enganou-se. Uma vez localizada a estação, você precisa dispor de uma pequena quantia em dinheiro para pagar seu deslocamento pelo meio de transporte dos locais, o trem. Depois de definir o caminho a se tomar, vem o verdadeiro desafio. Não importa a hora, você acabou de entrar na zona vermelha. Aqui as criatuas mais perigosas são os trabalhadores. Estes que um dia já foram seres humanos, mas durante seu ciclo evolutivo sofrem uma metamorfose e passam a responder mecanicamente aos estímulos do meio ao seu redor. Alguns deles se defendem com um cheiro forte e característico de quem não tomou banho para conseguirem os melhores lugares dentro do trem e não serem esmagados pelos demais. Algumas fêmeas da espécie usam do mesmo artifício, mas ele se dá por uma substância que elas secretam do couro cabeludo. A substância é um pouco viscosa e de fácil identificação, melhor manter distância. Mas o grande problema é que a espécie vive em grupos. Um estouro de uma manada de trabalhadores pode ser fatal! Uma dica é seguir o fluxo e se comportar como um deles, até mesmo para evitar comportamentos mais agressivos.

Se seguir esses conselhos simples, a viagem será concluída com segurança! Mas, lembre-se, nunca confie nos trens. Enquanto estiver dentro deles, reze. Concentre-se em qualquer coisa ou simplesmente abstraia. Existe forte possibilidade de o ar refrigerado falhar (no caso dele ter um), o horário de partida atrasar, ficar parado por minutos intermináveis, e agora, descarrilhar! Isso mesmo. A Super Via, que deveria de se chamar Super Vilã não presta os serviços à altura de seus usuários, que muito embor sejam vistos como espécie inferior, alimentam os bolsos gordos dos inúteis que estão no topo da empresa.

É claro que sobreviver no Rio, não é tão simples. Este foi apenas um dos milhares "À prova de tudo" que virão, mas se você é turista e pretende evitar tudo isso, aqui vai a dica máxima: volte pra casa ou procure outro estado! O Rio de Abril deixou as maravilhas pra trás faz tempo...

13 de abr. de 2010

Ser invisível

Sua estrada começa do avesso. No vermelho é que ele corre. Se tivesse música, talvez dançasse. E repete, repete, e repete a partida já vencido pelo cansaço-mormaço que o dia traz. A cor da pele é bronzeada, antes fosse por caminhar na praia, no calçadão de Copacabana. Bacana mesmo só do outro lado da própria imagem refletida nos frios espelhos dos olhos que a passeio, movem-se cegos ao seu redor. Um festival de nãos em meio à alguns obrigados ou apenas a mão estendida a receber a moeda fria que não lhe acende tanto a vontade. Ela mesma já desistiu faz tempo.

E corre à barulho, observa no instinto, disputa constante com o medo de apenas não ser. De olhos baixos, carimbados de malandragem, o rosto é sem brilho mesmo com sol à pino, porque menino ele já não pode ser. A inocência foi perdida, o caráter está marcado, o trabalho não é o certo, nem certo é ter de trabalhar. Matar? Não deve, mas instruir também não vai. Com estudos parcos, exemplo de vida mal vivida caminha este ser invisível ao manto da noite ou à sombra do dia. Está feito, seu nome perfeito é artista, porque assim como a arte, quer simplesmente ter uma vida a que imitar. Enquanto isso ele passeia invisível, ante a olhos vazios que neste pseudo-menino um ser humano são incapazes de enxergar.

9 de abr. de 2010

Conversa de Trem

Duas mulheres conversam no trem às 6.40 da manhã de sexta-feira no Rio de Janeiro em direção à central:

- Minina, dexei ela livre esse fim de semana. Ela foi pra casa da Creide passiá ca filha dela.
- Mas quantos anos tem tua garota?
- Doze. E se não ficar de cima dela, hunf, cê num sabe!
- É mermo? Tão pequena e já tão assanhada?
- Menina, essas garota tão nascendo tudo com vocação pá piranha. Mas a minha cria eu não dêxo vagabundo esticar olho em cima! Sangue de Cristo, tá amarrado.
- Mas e aí? Ela deitou e rolou no fim de semana, foi?
- Menina, tu não sabe quem é Creide da rua C?
- Não, nunca nem ouvi falar.
- Então, ela é mãe da barrigudinha.
- O que?! Tá grávida?!
- Não, é gorda mermo.
- Ah, sei qual é, uma que vive na padaria da Dona Josefa?
- Ela mesmo. Então, foi lá que minha minina encontrou ca barrigudinha, que deu idéia de ir pra casa de Creide nu fim de semana. Eu dexei! Ah, essa coisa de rédea curta é bom, mas não pode ser sempre o tempo todo, senão o cavalo aprende a roer a rédea e vai acabar pastando no vizinho.
- Com certeza. Tu acha que eu dexo Oswaldo bebe toda tarde cos amigo dele?! Nem morta, se quiser vai bebe dia sim dia não, e comigo é assim! Lá em casa so eu qui mando, minina, tá pensando o que!?
- Ah, pois é assim que eu faço tamém. Aí eu dexei ela i, né. Você num sabe! A tal de Creide, minina, eu num conheço ela direito, dexei a garota i porque ela tava bem que precisanu de se diverti ca barrugudinha qui é amiga dela. Elas num foram pru pagodi?!
- Num brinca!?
- Eu fui pa casa di Creide, mar chamei, chamei e chamei, e nada. Daí eu resovi perguntá pra dona da vendinha de esquina, aquela da rua C ca rua D, i ela me fala que ela tinha saído com duas minina pru pagoda do Binhu?!
- Meu Deus do Céu...
- Eu quereno segura minha piriquita in casa e osotru tentando fazê avuá!

Pois é. Levantei e desci em minha estação de destino.

* Tentei ser muito fiel ao que escutei.

7 de abr. de 2010

80's never more!

Os anos 80 foram, para muitos historiadores, a década perdida simplesmente. Nada se fez ou se criou de bom durante toda uma década. Economicamente falando, o Brasil descobriu a inflação. O que pela manhã custava x, a noite valia 10 vezes mais e de forma inexplicável.

Musicalmente falando, a década considerada perdida foi paradoxalmente criativa. Foi um tal de surgir banda que só mesmo olhando na internet pra conferir. O grande lance foi atacar pela irreverência. Criticar pouco, lirismo pra que? E se fosse pra dar uma criticada, que fosse com bom humor, carregado na gíria, no palavrão, assim o público compraria fácil sem saber do que de fato se tratava o discurso.

Da década de 80, lembro-me bem dos desenhos. Uma chuva deles. He-man, Caverna do Dragão, Popples, Punk, Muppets (que chegam em versão animada), tantos, que se olharmos a produção de cartoons animados hoje, nos perguntaremos, o que houve?! Bem, hoje a mídia que reina absoluta não é bem a televisão e a garotada curte mesmo uma internet, mas eu diria que algo pior aconteceu. A cultura de massa, que muitos já ouviram falar, que parte da massificação de conteúdo, tornou-se aliada inexorável deste grande filão de mercado. Hoje, o desenho que não repete pelo menos 3 vezes a mesma temporada, não fica na mente das crianças pós-modernas, que, de tão saturadas de informação simplesmente esquecem. As luzes, sons e cores berrantes junto aos enrredos mais fantasiosos, rápidos e violentos também vieram com tudo como tendência e por aí seguirão novos heróis/vilões, ou vilões/heróis, afinal de contas, os desenhos de hoje já não trabalham mais a dicotomia entre bem e mal com no passado.

Mas voltando ao passado... Além da economia perdida, do momento político caótico, dos desenhos animados, da música borbulhantemente pop, a década nos trouxe também muito sucesso no esporte. Nelson Piquet, por exemplo, foi três vezes campeão da Fórmula 1, Ayrton desponta em 88 como ícone vencendo seu primeiro campeonato, Hortência é eleita como rainha do basquete pelos norte-americanos, enfim, muita coisa foi produzida sim, em termos culturais e esportivos para um país tão jovem como o nosso.

No entanto, nem por isso acredito nessa tendência de "viva os anos 80". Eu não aguento ouvir Rosana cantando "Como uma Deusa". E que diabos é o maldito Ursinho Blau-Blau? Sinceramente, há que se separar o joio do trigo, sim! Que a década não pode ser considerada totalmente perdida, eu concordo. A própria tv é o que é hoje, especialmente a Rede Globo, em função da falta do que fazer, da busca pelo entretenimento como válvula de escape de uma realidade cruel e caótica. Porém os anos 80 não merecem voltar, que eles se limitem às poucas manifestações em festas Ploc (ôh, chicletezinho ruim, isto sim era apenas petróleo duro com sabor artificial de qualquer coisa), com figurinos ridículos, porque a calça "centro-peito" foi a coisa mais bizarra de se ver um dia, e que os desenhos, este sim, continuem reprizando porque não farão mal a ninguém, só darão ibope.

Agora, para finalizar, faço aqui a citação de alguém que considero sofrível, lamentável, mas que entrou para nosso panorama político bem no fim da década de 80 via eleições diretas depois do dito término do Regime Militar. "Não nasci com medo de assombração, não tenho medo de cara feia. Isso meu pai já dizia desde quando eu era pequeno, que havia nascido com aquilo roxo." E aí, fechar a década perdida com esse cara já foi o bastante. 80's never more!

Loucademia de Letras de Músicas Brasileiras

Passeava eu pela minha lista de músicas enquanto me decidia sobre o que escrever na ânsia de postar algo imediatamente novo, e me lembrei de algo fatídico, mas que todavia merece ser dito e escrito e até gritado ao G8 se for o caso, não, a ONU precisa saber disso e eu vou falar.

Precisamos abrir a Loucademia de Letras de Músicas Brasileiras. Exatamente. Muitos talentos ao desperdício mental estão a solta e merecem um cárcere. Tá, tudo bem, não prendamos os sujeitos, mas alertemos nossas crianças, elas não podem propagar o que um dia maculou nossas tvs, nossos aparelhos de rádio, nosso mau gosto!

Que a Bahia faz acarajé, por exemplo, todos sabemos. Que tem muito axé e saravá também. A Bahia de todos os santos tem de tudo um cadinho. E muito embora muitos de seus poetas e escritores sejam bons responsáveis pelo sucesso de textos brasileiros no exterior e no território nacional, Bahia também tem muito o que explicar. Mas por que a Bahia? Caros soteropolitanos, perdoem, não é nada pessoal.

Começo agora a abertura oficial da Loucademia de Letras Brasileiras dando a Cadeira número 01 para o poeta em desperdício Beto Jamaica pela responsabilidade sobre a propagação e colaboração nos seguintes textos:

"Fantasiado português entrou
No samba
E a índia pataxó chamou assim:
Tchancurú, tchanxegô, catchanbá,
Tchan popô
Paquetchan, tchanrerê
Tchansambá, tchanmexê
Vou traduzir:
Na cabeça, no joelho, no peitinho
No bumbum, barriguinha, cinturinha
Essa índia ainda mata um"

Trecho extraído de "Tribotchan" - do grupo É o Tchan


"No samba ela me disse que rala
No samba eu já vi ela quebrar
No samba ela gosta do rala, rala
Me trocou pela garrafa
Não agüentou e foi ralar"

Trecho extraído de "Na Boquinha da Garrafa" - do grupo É o Tchan


É isso aí, agora fica por conta dos que virão povoar esta Loucademia de Letras de Músicas Brasileiras, é claro, independentemente da região. Escolhi a Bahia apenas para dar mais destaque, e porque afinal, era justo.

6 de abr. de 2010

Nova Atlântida

E agora José?

A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?

Drummond talvez não fizesse idéia do quanto esta poesia seria utilizada, nem com quais finalidades.

Se depois de hoje o Rio de Janeiro continuar lindo aos olhos de qualquer José, realmente não sei. Falta luz, falta água, muito embora a água nos seja abundante já que uma chuva ininterrupta cai sobre a cidade há mais de 12 horas e obrigou a Defesa Civil a declarar estado de alerta absoluto. Nosso prefeito Eduardo Paes pediu aos cidadãos que não saíssem de suas casas.

Estamos sob efeito de sei lá o que. A meteorologia diz que uma frente fria no litoral sudeste associada a áreas de instabilidade arrebatou a cidade favorecendo este tipo de fenômeno de pancadas de chuva intensas e rajadas de vento.

O que não me espanta é o fato de parecer castigo divino. “Tá vendo cambada, olha tudo isso indo pelo ralo! Não seria assim se você, bandido safado, tivesse aplicado o dinheiro público onde deveria. Cadê a porra da estrutura estudada e pensada para o Rio de Janeiro? Olha que a Olimpíada tá vindo aí, hein…” Esta será nossa Nova Atlântida. Que tal vivermos debaixo d’agua? Pensei na Capital, poderia ser no Jardim Botânico. As imediações seriam subreinados, seria perfeito!

Só sei que qualquer que seja o motivo para tanta água e caos urbano, só dá pra pensar no que o homem poderia ter feito para evitar mais de 50 mortes (até agora), 50 Josés, Marias, Cristinas, Augustos deram as suas vidas de alguma forma tentando dizer: está na hora de fazer alguma coisa.

E agora você?

Quem é ele?

Axl Rose não só não morreu como está devolta atacando às pressas de vocalista do Guns ‘n Roses… Um segundo, eu disse às pressas? Bem… Quase uma década depois de seu último show no Brasil em 2001 (Rock in Rio III), a banda Guns n’ Roses retoma seu lugar aos palcos. Formação original? Sim! Completamente original, afinal Axl foi o único que sobrou da primeira formação da banda, brigou com quase todos os antigos integrantes e ainda colocou no lugar deles um bando de músicos desconhecidos, eu chamo isso de ser original. Figurino à la Guns, é claro. Palco impecável, telões, luzes e explosões de fumaça, papel picado, tudo isso para nos provar que nosso polêmico vocalista já não é aquela Coca-Cola toda.

Este “Chinese democracy” estava fadado a dar errado, e olha que São Pedro tentou impedir quando pela primeira vez desmoronou com toda a estrutura do palco naquela chuvinha torrencial que caiu por aqui. O sarcasmo do nome do álbum parece se estender para suas novas músicas como uma grande piada de mau gosto, o que nos faz lembrar de o quanto “November Rain”, “Don’t Cry”, “Sweet Child O’Mine”, entre outras, continuam fantásticas perto do que o novo Guns está produzindo. O fato é que o Brasil parece ser palco ilustre para essas retomadas de carreira de bandas esquartejadas pelo tempo e mau humor de seus integrantes.

Resta dizer que depois de mais de 2 horas de atraso para o início do show, Axl e cia fizeram como puderam. Agradaram a todos com os velhos sucessos da banda, não despertaram tanto interesse com as novas músicas, executaram solos pouco entusiasmados, fizeram o pobre Axl gritar mais do que deveria, enfim… No saldo geral eu daria nota 5,0 entre 0,0 e 10,0, só pra ser político. Ah! Mas teve coisa boa, e ficou para o final quando depois de “Patience”, “Paradise city”, e uma série de efeitos mirabolantes a banda volta ao palco e o guitarrista Ron Bumblefoot executou com maestria o Hino Nacional Brasileiro, mostrando a todos que Axl, assim como sua platéia, é afinal brasileiro e por isso não desiste nunca.

5 minutos

Resolvi que escreveria algo de importante hoje. Parei para pensar em minhas opções, nos últimos acontecimentos, e nada me veio à cabeça. Está tudo tão saturado… Daí, pensei: é, tem o Big Brother Brasil, ontem foi a final e o tal de Marcelo “Dourado” agora está montado na grana. Mas daí, olhei para a minha mesa de trabalho e decidi finalmente! Vou falar sobre o “Durex”.

O adesivo transparente de tamanho padronizado (com um centímetro de largura, aproximadamente) utilizado para colar folhas às outras ou em outros objetos baseados em papel, como o papelão, há muitos anos conquistou o Brasil, tanto que até hoje ao nos referirmos à fita-cola, como é conhecida em Portugual, ou fita-adesiva, chamamos simplesmente Durex. Quem sabe um dia Marcelo Dourado não vira sinônimo de mediocridade?

Lá se vai mais uma farpa

Há alguns anos que a imprensa brasileira caminha um pouco torta junto à população, trocando tabefes com o mundo político nacional e internacional e tudo isso não é para menos. Experimente andar com farpas nos pés. É assim que vejo a imprensa brasileira hoje. Um gigante egoísta cheio de farpas nos pés que quer tudo pra si. Cada coisa que interessa a alguém, este gigante vai lá, anda meio torto e alcança. Como sabe que mais pessoas querem ele copia o que quer que seja com suas múltiplas habilidades e vende. Fácil, não é?

Sonho com o dia em que o interesse do gigante será apenas o de dividir e não vender, propriamente. Sonho com o dia em que perderá as farpas que o fazem caminhar de maneira torta, e acho que pelo menos este sonho poderá se tornar real. Há poucos dias o gigante se livrou de mais uma farpa e esta tinha um nome direto: Armando Nogueira. Calma, vou explicar, resta a você, entender.

Excelente texto esportivo. Comentários sagazes, e o que mais? O que o “grande mestre” do jornalismo, o ícone da imprensa no Brasil produziu de tão bacana além de ter criado o Jornal nacional, ter trasido o telejornalismo para a Rede Globo e sido diretor de jornalismo da emissora durante o Governo Militar, e no período de “abertura política” ter sido um dos responsáveis pela edição do famoso debate entre Collor e Lula, aquele que elegeu Collor como presidente do Brasil? Sinceramente, eu não sei. O que vejo é um homem com senso de liderança ímpar, mente criativa e preparo. Vejo um povo e toda uma classe sem memória, não que um fato apenas defina um homem, longe disso, mas quando foi que ele pagou pelo crime que cometeu? Ter sido aposentado pela Alta Cúpula da emissora me parece no mínimo dúbio, ou ele teve culpa e manchou a imagem da empresa como bode espiatório, ou não teve responsabilidade alguma e realmente se sentiu traído, afastando-se consequentemente da empresa.

Armando Nogueira viveu uma vida escondido atrás de um texto impecável e genial, passando por diversos veículos de forma brilhante, talvez porque em seu interior as coisas não estivessem lá muito bem acabadas, disso, nunca saberemos.

Lá se vai mais uma farpa do gigante. Com Armando Nogueira morre também a edição de Collor versus Lula. Que o Mestre possa partir em paz enquanto que nós, novos jornalistas possamos refletir. Mestre sim, mas de quê? Que nossas perguntas e dúvidas sejam sempre a razão de nossos passos rumo à verdade.

Marx tinha razão P#$%& nenhuma!

Antes que os marxistas e pseudo-marxistas de plantão decidam me queimar em praça pública, tentarei fazer com que em suas cabeças herméticas entrem apenas um pouco de um diferente ponto-de-vista, sem querer com isso criar um monopólio da razão e da virtude a cerca do assunto.

A mim não me conforta achar que Marx tinha razão, apenas. Teve razão ao dizer que as idéias dominantes do mundo decidiriam o futuro da sociedade, que toda essa forma de pensar vigente junto ao poder jamais se modificaria, sim ele teve razão nisto também. No entanto, o legado de Marx nos serviu de que? O que fez um Marxista ao mundo? A grande verdade é que Marx tornou-se igualmente um produto e na crueldade da lógica capitalista passou a ser tal qual as multas administrativas de impacto ambiental que financiam projetos de educação ambiental, ou seja, um grande contra-senso.

Não quero dizer com isso que as idéias contidas em seu discurso sejam ruins, nada disso. O belíssimo palavrório segue incauto contra a corrente e de forma brilhante até hoje. O problema do marxismo é o marxista. No geral é sempre um cara chato que mal compreende o conceito de cultura, e, carregado de preconceitos sai desrespeitando tudo e todos, pudores pra quê? Afinal de contas, deve dar um trabalho viver de forma distinta, ter de se conter ao consumir determinados produtos, ao se vestir, radicalizar uma postura contrária à ordem vigente, tudo isso faz do marxista um estressado em potencial e até que este descubra os sabores da vida a despeito desta cova bem rasa e severina, seguirá barbudo, relaxado e esquisito. É claro que a caricatura serve apenas para ilustrar, mas que fique claro que ela não se fez sozinha.

No final, Marx não deve estar lá muito contente de onde quer que ele esteja. Seus adoradores o lêem, pouco fazem para disseminar o que lêem, e o pouco que lêem e disseminam acaba saindo meio torto, cheios de erros de ortografia em forma de livros com 100 anos de folhas. Uma coisa nisso tudo serve de lição, o capital do que fala Marx, sem dúvida não é o que preenche os bolsos dos “marxistas pós-modernos”. É… “Quanto menos você comer, beber, comprar livros, ir ao teatro, aos bailes ou ao bar e quanto menos você pensar, amar, teorizar, cantar, pintar, praticar a esgrima, etc; mais você poderá economizar e maior será o teu tesouro, que nem cupim, nem a ferrugem poderão estragar: o teu capital.”

Relações Futuras

Pós-modernidade. Para uns, a Era das Maravilhas, para outros, a realização do inferno na Terra. Um período histórico, uma face do desenvolvimento social que nos permite praticamente tudo. Talvez a permissividade seja a marca mais poderosa do pensamento pós-moderno. São conclusões, intertextualidades. A realidade nunca se apresentou tanto como um mosaico, um hipertexto a ser conectado a partir das múltiplas experiências vividas, da pluralidade das relações e das reconfigurações dos espaços sociais, bem como a função a ser exercida por cada indivíduo neste espaço.

Esse avanço nos remete às ciências e tecnologias. Ainda partilhamos um paradigma tecnocrático, no qual a nossa sociedade se reafirma legítima quando as descobertas científicas e os avanços tecnológicos acompanham ou surpreendem a lógica do pensamento mediano. Dessa maneira, podemos considerar que o conceito inevitável conhecido como Globalização, o avanço absoluto e irrefreável das novas tecnologias, aliados às conexões e relações sociais, hoje, simplificam o entendimento da coexistência das múltiplas identidades em cada um de nós, com bem explica Stuart Hall em sua obra, “A identidade cultural na pós-modernidade”. Além disso, nos concede a possibilidade de projetar novas concepções de relacionamentos que serão estabelecidos em função dessas marcas atuais.

Está claro que a cada dia que se passa, em razão das diversas características que o sistema econômico, o político e o conceito de liberdade nos proporcionam, as relações estão cada vez mais assépticas. Este pensamento está longe de ser uma concepção do pensamento recente. Esta realidade já foi projetada muito antes do que se imagina. O cinema tem sido um grande colaborador. Se observarmos com calma, é através dele que os visionários da nossa sociedade conectam o pensamento que vem sendo produzido na “academia” ao imaginário humano. Resultado: “Apaixonado Thomas”, “Declínio do Império Americano” e “Invasões Bárbaras” são apenas três exemplos que reafirmam tudo o que estamos considerando a partir do pensamento pós-moderno e as relações que nele se estabelecem.

O que mais preocupa no futuro são as diferenças que são acentuadas pelo capitalismo e pela democracia. Diferenças que provocam o afastamento social. É o olhar do turista de safári ao vizinho com um menor poder de aquisição de bens de consumo. É a cidadania que se caracteriza pelo poder de compra. É a liberdade que se estabelece pelo acesso à tecnologia. É a nação que ocupa espaço privilegiado no panorama internacional. Todos fatores pretensiosos, mas de muito peso no que se diz respeito à assepsia das relações. É justamente neste aspecto que a cultura se faz mecanismo contundente no combate a este modelo. Somente com o pleno conhecimento sobre si mesma, que uma sociedade minoritária, dentro dos padrões globais, sobreviverá ao sistema avassalador que abate o mais fraco em seu processo natural. Assimilará o que interessa de culturas exteriores e através dessa “antropofagia” adaptar-se-á ao atual. Os pessimistas irão considerar o desaparecimento de uma cultura quando duas se encontram. Dirão que a mais forte destruirá a primeira. Se assim fosse, no Brasil, como em outros países colonizados por colônias de exploração - que só faziam depredar e destruir - não existiriam mais índios. Muito embora a tolerância para com o diferente seja insuficiente, Dominique Wolton comenta brilhantemente o conceito de multiculturalismo, no qual, culturas diferentes conseguem coexistir no mesmo espaço.

Talvez o caminho ideal seja justamente o de pensar sobre o futuro considerando o que fazemos da nossa cultura no presente. Reforçando as lutas sociais que reivindicam os direitos da maioria e aceitando os processos que nos abatem naturalmente. É desnecessário estudar os conceitos de globalização, regionalismos, quando assuntos como analfabetismo e fome são ainda mais urgentes. Depois de as reformas de base terem sido realizadas verdadeiramente, é que poderemos comemorar um patamar mais consciente frente às questões que se nos apresentam na sociedade em que estamos inseridos.

Faça-se a luz, por favor.

São elas. Não existe outra explicação. Há muito tempo que não se ouvia falar daquelas que forçaram o grande estadista brasileiro Getúlio Vargas a cometer suicídio, as forças ocultas.

“Mais do que nunca” as forças ocultas estão na moda. Quer seja uma árvore caindo, quer seja uma tempestade que nunca aconteceu, a rede elétrica mais eficiente e segura do mundo - sim, porque de acordo com o ministro de Minas e Energia, Edson Lobão, o Brasil possui um dos sistemas mais seguros do mundo quando se fala em energia - está cedendo às forças ocultas. Elas começaram sorrateiras. Atacaram de uma vez só a usina de Itaipú e provocaram uma reação em cadeia jamais antes vista. Nada de falhas humanas, nada de responsáveis. Lula bem que arriscou um palpite dizendo que somente Deus poderia saber quando o fato se repetiria. Se tivesse feito um bolão, teria ficado rico. Pois muito antes do esperado, vossa santidade, O todo Poderoso descarregou sua ira pela falta de assinaturas ao tratado de Kyoto e castigou o Brasil, e olha que nós assinamos. Mas a providência divina sabe o que faz e de maneira certa, por linhas ainda tortas enviou raios e mais raios. Obviamente as forças ocultas foram mais uma vez as responsáveis pelo sistema de energia mais seguro do mundo ter ido a nocaute. Só que uma pergunta não pode calar. “Quem quer dinheiro?” Isso mesmo, quem quer? Eu ainda não sei bem quem, mas meu pessimismo verborrágico não pode deixar de imaginar que alguém vai levar muito nessa jogada, e temo que seja mais uma vez a Light e demais companhias fornecedoras de energia, como se já não bastasse a ninharia que custa ao povo a conta de luz, tão logo deve-se criar uma taxa sobre o apagão. Onde estão os investimentos?! Onde está o preçinho camarada? Nenhum desconto? É, acho que não.

Pelo jeito prosseguirão os ataques, as forças mais misteriosas do Brasil continuarão com sua trajetória simples que só caracteriza uma coisa, sabotagem. Se a opção era alugar ou vender o Brasil, agora descobriram que dá pra fazer muito dinheiro com a reforma. É a síndrome do carro velho. Maqueia-se o bicho, trocam-se algumas peças e ele funciona. Um tempo depois a maquiagem derrete, a peça solta e não adianta mais ir atrás do antigo dono, ele estará no interior de sabe-se lá onde. Só sei que enquanto tiver praia e água de coco, enquanto o prefeito do Rio não os tirar da praia porque é mais fácil acabar com o coco e o lixo em que ele se transforma que investir na maneira correta de dar fim aos detritos, o carioca, pelo menos, continuará feliz e contente. O domingo continuará sendo legal, da gente, a praça ainda será nossa e quem sabe se aprendendo a viver a vida, esse problema não se torna o menor daqueles que temos. Bem, o problema mesmo é que a partir de agora se cada mergulho vai ser um flash ou não, já não sabemos.

Perdendo Tempo

Por diversas vezes me pego a observar a reação dos brasileiros quando o assunto é corrupção. De forma bastante interessante, o papo descamba para a derrocada do país, como se nada mais pudesse nos tirar da lama em que nos encontramos hoje graças aos “mensalões”, escândalos com cartões corporativos e demais peripécias daqueles que dizem representar os interesses populares no governo. Ora, que o Brasil ainda teima em caminhar na contra-mão da responsabilidade política, todo mundo sabe, ou melhor, sabe a quem interessa saber porque está nas páginas dos jornais, passando pelos transmissores digitais, e há quem diga que em tempo real pela internet. Num país de proporções continentais, discutir se os estados não-produtores envolvidos com a questão do Pré-sal merecem ou não levar “x” ou “y” com os royalties parece tão pequeno quando nos damos conta de que ainda hoje brasileiros e brasileiras morrem de inanição e fome, sem documentos nem lenços, sem conhecer o que é ser cidadão, sem energia elétrica. Me pergunto se não seria prudente discutir que parte desse dinheiro seria realmente revertida em benefício desta população necessitada, sim porque, se o Pré-sal veio como um benefício extraordinário não faria a menor diferença para os cofres públicos já que nunca contamos com esses recursos.

É, mas, como para tudo dá-se um “jeitinho” até na hora de dar nome aos bois, admitir a culpa mesmo, chamar pra si a responsabilidade, o brasileiro é safo. Justificam-se as bolas-fora por culpa de uma tal Portugal que nos colonizou ao avesso, isso quando a culpa não é dos Estados Unidos com seu império do consumo irrefreável, como se eles fossem os responsáveis pelo mau-caratismo que nos contamina, como se eles fossem os vilões que entram pela nossa porta arrancando-nos a ética e a moral, que ao pé da letra, tornou-se estranha e de tão estranha fez uma Universidade que não andava bem das pernas expulsar uma aluna pelo mesmo motivo, pernas.

Neste contraste tipicamente brasileiro, o patrimonialismo, substância facilmente encontrada em nosso sangue, perdura faceiro, sorridente e com gostinho de “eu não fiz nada de errado”. Seguem-se os velhos vícios, os antigos culpados, nos visitam novos presidentes de velhos hábitos com a desculpa de reinventar a roda, para nos manter ocupados o suficiente e não nos darmos conta de que o tempo… Este simplesmente se perde quando não produzimos nada.