27 de abr. de 2015

Nota de empenho

Sem dor, sem medo
No seio da vida, na poeira
Carrega o homem um segredo
dos que calam, inaudíveis
a ouvidos sensíveis
Sem espaço, sem zelo
no girar das horas
Por dias inquietantes
passa o homem adiante
suas verdades quase tortas.
Sem tempo de se-lo
Adormece por fim no escuro
por não saber ceder,
não saber amar,
não ter cuidado,
Onde não precisa pedir,
não precisa guardar,
não é arriscado.
Pode ser bicho, ser fera
ter qualquer segredo enfadonho
Que noutro lugar, ao seu lado
ou no fundo da alma
onde reinam fantasmas
nem secretamente
ele será cobrado.

13 de abr. de 2015

Saudadezinha

Si avuá fôssi tarefa minha
nem brilho d'esterlinha ieu inha invejá
Purque si cortava as núvi
Das árvri as copa, os cume
paricendo uns vagalume ieu inha praná
Pr'alumiá as foresta,
Nas frozinha umas cesta tirá
o hoje qui só é festa, de canção e seresta
e o qui mi resta, é qui vo mi acabá!