11 de mai. de 2011

Na varanda

Da varanda eu podia ver o portão de casa. No meio do mato, não temos muito o que ver. Então eu fico na varanda esperando alguma coisa passar. Passam animais. Cavalos, vacas, cabras, um ou outro tocador de boiada, alguns cães, núvens. Aviões eu nunca vi passarem por aqui. Estrelas eu vejo quando anoitece. Existem muitas. A televisão da vizinha está fora do ar, então eu posso ficar mais tempo na varanda. A luz da lua é sempre linda por aqui. Não temos muitos postes de luz. Sabe o que vejo diariamente? Borboletas. Das coloridas, das amarelinhas, tamanhos variados. Passarinho então aqui tem de monte. Um canta mais bonito que o outro! De noite, quando chove, no dia seguinte pode contar que com o riacho cheio, os sapos farão aquela festa! A sinfonia é tanta que só depois da madrugada é que consigo pegar no sono. Fico imaginando uma orquestra. E ouço corujas, morcegos, grilos, até gatos namorando eu escuto. Vez ou outra tudo fica quietinho e eu posso ouvir você. Escuto sua voz dentro de mim. Vejo tanta coisa pela varanda que esqueço o quanto gosto de te escutar, e lembro que no meio do mato não tem muito o que se ver. E a televisão da vizinha pega. E tudo volta praquele estado de coisas em que estamos vivendo, onde a única e mais importante revolução possível é a pessoal.

De noite, vou ver as estrelas. Elas nunca se vão...

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