3 de jun. de 2011

Face a Face

Quando te deitas e nada mais existe
Só uma força fugaz ainda resiste
Ao tempo que chora em teu leito vadio
Uma respiração cálida, num peito vazio.

Grita áspera tua alma por saber da noite
Frio beijo ao rasgar teu sentimento num açoite
Sangra tua face ao chorar de dor
Escurece-te, amarga-te a mente por falta de amor.

Fantasmas te assombram
Vozes do passado ainda o chamam
Pensamentos te destroem
Teu suor a cama os lençóis corroem

Levanta-te e segue a trilha que traçastes
Cola o coração que despedaçastes
Junta as partes de si mesmo sem saber
Mistura-te com outros a esmo do poder.

O chão que pisas não mais o sustenta
A sombra de teus passos é o carinho que o acalenta
Falta tato. Sentir. Juras de paixão... futuro.
Falta tanto sentimento... mas por você eu juro
Ódio ou amor eterno, o que seja, pois o que você de mim deseja
É uma vida minha, tua, algo que entendes por seguro.

Mas em meu ser só há espaço pra um pesadelo
Carinho ou que mais violento desejo eu compreenda
Cabe apenas olhar e muito desespero
Ruína de destino, da caverna a luz da fenda
Se por um lado calor, veneno e destempero,
Por outro o demônio que em tua face se apresenta.

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