28 de jun. de 2011

Deus nos livre de um estado evangélico!

Foi lá pelos idos do século XVI, quando na ocasião das Reformas Religiosas na Europa, que a invenção de Gutenberg possibilitou a difusão das sagradas escrituras da Bíblia. Martin Lutero, na Alemanhã, que não era bobo nem nada, tratou de se livrar do monopólio da Igreja Católica Apostólica Romana traduzindo a Bíblia da forma que achava interessante e fundou a primeira Igreja Evangélica ou Protestante da história do mundo, a Igreja Luterana (ha-ha! O que ele queria não era bem isso, mas os nobres transformaram o movimento religioso em movimento político e "zaz"). Estava sacramentado: Igreja e Estado haviam rompido.

Séculos depois o saldão não me agrada. Seria muito dizer que já naquela época, a maldita aristocracia havia desenhado um projeto? Sim, porque a "nova" igreja favorece ao comércio, à economia, (não podemos esconder a verdade por detrás do protestantismo que é o dinheiro) e o mundo hoje vive em função de suas relações econômicas. Os países mais ricos do mundo, com excessão dos orientais, são evangélicos. EUA, Alemanha, Canadá, Grã-Bretanha, Suíça, Suécia, e por aí vai a lista. Lutero queria sim detonar a Igreja Católica, mas religiosamente falando. Só que mais do que isso, haviam desenhado um futuro para o Estado, um futuro evangélico.

No Brasil, a coisa está ficando feia, diria que "abençoada" demais. No Rio de Janeiro, perdemos a conta de quantas igrejas existem. Aliás, arrisco a fazer a seguinte observação: existem mais igrejas que padarias nas áreas mais carentes do Rio.

Elas surgem como que do nada com apoio da comunidade local, apoio financeiro vindo de famílias que não possuem muito. A desculpa é que "a obra do Senhor não pode parar". Quem é esse Senhor de quem falam? Se for o mesmo Cristo do qual falam outras doutrinas religiosas, eu duvido. Devem ser os pastores, até porque, os caras viram líderes religiosos em pouco tempo. Dali a pouco, líderes comunitários. Passam a regular a vida das pessoas daquela comunidade que no final das contas, acabam esquecendo quem deveria ser seu exemplo primeiro, Jesus. Mas é claro, se O Cara estivesse em primeiro plano, seus "emissários" não estariam lá na frente ditando as regras do jogo, morando de graça, viajando e dirigindo carros importados. Não entra na minha cabeça que um pastor tenha tanto quando seu maior exemplo teve tão pouco. Acho que o curso de teologia anda meio defasado, sem disciplinas certas... Economia eu sei que tem.

Mas o que mais me assusta não são os escândalos envolvendo igrejas evangélicas, até porque, diante de tantas, sei que o número de igrejas honestas deve ser maior que o de igrejas filhas daquela senhora, existe gente boa em todo lugar, prefiro acreditar, inclusive, que existe mais gente boa que gentinha, no mundo. O que me assusta mesmo são a quantidade de canais de tv e rádio que essas igrejas estão comprando, e com eles os abortos que tem produzido. Os programas são péssimos. Os pastores, cada um mais fake que o outro. Abusar da fé humana é uma prerrogativa histórica, ok. Mas Ele avisou: "haverão falsos Cristos e falsos profetas." Nas igrejas então...

Não adianta negar, eles estão tentando realizar o projeto de Martin Lutero. Vamos rezar para que morram na praia?! Não dá pra encarar um futuro retrógrado em que o Estado, que no nosso caso já não anda lá essas coisas porque nosso Governador insiste em ser absolutista, aliado à Igreja, qualquer que seja ela, resolva regular a vida de seus cidadãos.

Fica aqui o recado: estudem mais, leiam, sejam críticos. Perguntem-se se existe a necessidade de se criar um império em torno de um homem que pregava amor e humildade. Eu, se fosse ele, estaria com vergonha.

Um comentário:

  1. Concordo com cada palavra, e acho errado o modo como a igreja é vista hoje. Existem mais igrejas espalhadas pelo Rio do que hospitais. Aqui perto mesmo têm três na mesma rua com distâncias menores que cinco metros. É a verdade.

    As igrejas têm crescido muito com dinheiro dos fieis, isso não dá para se negar. E é notável que poucas, aquelas pequenas que são formadas até mesmo num quintal, são de boa indole. Mas como bom, não diria que carioca, mas ser humano, não coloco minha mão no fogo por ninguém. Por nenhum pastor, nenhum padre, nenhum sacerdote.

    Há roubo, há sim. Mas isso não acontece por que são membros de igrejas, e sim porque são seres humanos aproveitadores. Que roubam daqueles que nada têm para aumentar "a obra de Deus."

    Que Deus é esse? Peço desculpas a todos os religiosos, mas o Deus em que eu acredito não precisa de orfetas e muito menos o tal do dízimo. O Jesus em que eu acredito foi um homem que levou a palavra amor e paz por toda a Terra, ensinando seus principios e sendo discriminado em muitos lugares. Esse Jesus, em minha concepção, não se agrada de ver o que tem acontecido hoje.

    Mais uma vez, parabens Bruno. Sabe o quanto admiro, por inúmeras razões, não é?

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