4 de set. de 2014

Bebí lo

Então fez do amor um regalo,
Que de singelo, sangrou avidamente
Pois que, vivido, não poderia sequer compará-lo
Cabendo a si mesmo singrar os meandros da mente,
Ao dever à dúvida uma migalha
Mendicando o massacre em uma taça qualquer,
O tinto, seco e suave da lágrima
A escorrer da memória à face de uma mulher,
Que se quer viril e persuadida,
Tal como homem navegando seios aos olhares,
Estando morta, em delicada pós-vida
Rejeitando destinos, os copos milhares,
Em se incumbir de razão, poder e malícia,
Guardando riquezas a ouro, pesos e lares
Há de dormir profunda menti-rosa delícia,
Por monastérios do coração, o corpo dos bares.

Bebí lo.

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