15 de fev. de 2012

Até virar pó


Na porta da frente
ouço um barulho, um rangido.
Passos se aproximando...
Uma sensação diferente
a voz de um velho conhecido...
É o medo, me consumindo, torturando.

Não penso duas vezes!
Me afasto sem para ela dar as costas
com olhos fixos na luz da fresta.
Um fantasma? Mas por onde esteves?
O que vejo são apenas duas botas.
Enfrentar o desafio é o que me resta.

E na batalha do desvelo
tudo o que pretendo
é permanecer no sonho, firme.
Ansiedade sem fim.

Porque assim que puder vê-lo,
mesmo que seja um pesadelo, eu entendo
que o roteiro não é o de um filme
sou eu com medo de mim.

É quando entra em cena
tudo o que preciso ser.
Vale muito a pena
revirar o passado buscando crescer.

São noite em claro ante ao desafio;
vidas expostas em imagens fulgentes;
um clamor de alma que corta o peito ainda vazio;
vozes ocultas, chamamentos urgentes.

é o drama da peça
é a chave-de-grifo
é o nó

são versos inúteis
são casos bandidos
até virar pó

Segue a porta fechada.
A luz da fresta se apaga.
Não há chave, ou fantasma, nem batidas, nada.

5 comentários:

  1. Acho q vc tem me visitado!!!!É assim mesmo, o peito está vazio.A verdade é que tiraram um pedaço do meu chão! Estou tentando andar entre os restos.
    Bj, Ana.

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  2. Louco, né... Fiz meio que pensando em vc, porque vc pediu um e tal... Vamos resgatar esse chão aí, moça^^
    Bjus e qualquer coisa liga

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  3. Valeu!!!Acertou em cheio!!Vou melhorar.
    Beijocas, Ana.

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  4. Muitas vezes quero permancer no sonho, acordar e viver um pesadelo seria melhor?
    Não sei de nada, nem procuro saber. Deixo devorar-me.

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  5. Show Ivan!
    Este espaço é exatamente pra isso! Perfeito.

    Sonho ou pesadelo, viver é sentir.
    Devorar...

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