28 de dez. de 2016

Abuso

Ressoa por dentro de mim o sentido,
um eco de um outro eu.
Que remonta, restaura o motivo
A partir de tudo o que se perdeu.

E são nulos os descaminhos
De vidas, artérias... e noites de fim.
Sem registro, nem horas, suspiros tardios
No suor do sexo, gemidos de sim.

Porque se estou por completo
Sinto a verdade derradeira
Da memória a fagulha, a centelha

Que me dirige ao futuro concreto
Donde bebo do pulsar incerto
Neste espaço, o gozo de uma vida inteira.

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