27 de abr. de 2015

Nota de empenho

Sem dor, sem medo
No seio da vida, na poeira
Carrega o homem um segredo
dos que calam, inaudíveis
a ouvidos sensíveis
Sem espaço, sem zelo
no girar das horas
Por dias inquietantes
passa o homem adiante
suas verdades quase tortas.
Sem tempo de se-lo
Adormece por fim no escuro
por não saber ceder,
não saber amar,
não ter cuidado,
Onde não precisa pedir,
não precisa guardar,
não é arriscado.
Pode ser bicho, ser fera
ter qualquer segredo enfadonho
Que noutro lugar, ao seu lado
ou no fundo da alma
onde reinam fantasmas
nem secretamente
ele será cobrado.

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