5 de nov. de 2012

Pretérito


Do fôlego
Uma pulsação.
Contagem regressiva
A caminho do mundo.
Tomo assento só por um segundo
Porque não pretendo partir...
Não haverá rejeição,
Não compreendo o significado de desistir.
Um zumbido, uma voz clemente.
Um parto, assim, subitamente
Quero entender pra onde ir.
Passeio por estreitos caminhos
Corredores, macas, salões vazios
E o sentido da voz se fez
Pálido e entristecido...
Sordidez da alma, ou apenas
Tórrido destino?
Nenhuma luz análoga
Há de iluminar qualquer libido.
Nenhuma prevaricação terá espaço
A carne aqui é cortada por aço
Nem o mais forte homem haverá de resistir.
Mas a coragem é inata
E quando o bicho homem é solto na mata
Qualquer grito lhe alimenta o arrepio.
Com medo de um saber voraz que o alimenta,
Um dia, devorarás o que o atormenta
e levarás consigo um perdão.
Não existirá vara de condão
Ou qualquer contenda,
Que compreenda por quantas batidas, bate um coração.
Desejo contudo
perseguir sem cansaço
Quantas vezes, preciso for, me faço
o favor de reconhecer uma batalha
Por que ardem em minhas veias
No meu traço
O calor do fogo pelo que passo,
A dor da carne cortada pela navalha.
Derreterei espinhos
Romperei frestas, respirarei fundo
Sou filho da fonte, do espaço, colocado no mundo
Não sou mais que um grão, nada de especial,
Mas entenda,
Uma vez nascido do amor
Não há melhor sabor no ventre,
Há somente o futuro, não se surpreenda.
Um soluçar...
Uma distração
e a vida se faz presente
Quase que em outra versão
Não importa o texto,
Tão pouco a cena.
O paciente reage... Luta pelo amanhã.
Bate o choro
Respira a palavra,
Sua palminha, pequena, me fita
Vejo os pezinhos, os olho
A vontade me trava
Sua face sorri, e só então... me convida.
Do óbvio,
Minha transpiração...
Três, dois... um.

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