Precisamos de heróis
para combater nossa própria escuridão.
Precisamos de uniformes
para não evidenciarmos os diferentes.
Precisamos de armas,
para lutar nossas guerras sem precedentes.
Precisamos da tv,
para moldar a voz da multidão.
E quando faltar multidão
sejamos um grupo, um só lamento.
E quando faltar precedente
sejamos a razão, o motivo.
E quando faltar o diferente
que seja igual, mas só por um momento.
Porque quando faltar a escuridão
o herói virá com um único castigo.
E ele não trará nada no braço,
pois foi há muito esquecido...
Novos trajes pra guerra nos pintam
porque somos todos iguais no singular
Pensando no plural do combate,
no dia a dia do justo e que um acate
as ordens do sensato em todo e qualquer lugar.
Precisamos de heróis falidos
para compreender o que não se entende.
Precisamos de uniformes caros
pra marcha latente engrossar,
e, se precisarmos de armas
é pra combater o Eu, o íntimo, o inerente
porque se buscarmos na tv,
qualquer coisa de útil, podemos não encontrar.